29 de novembro de 2024
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📚 Cannabis Medicinal e Oncologia: Um Guia Completo para Alívio e Tratamento

A cannabis medicinal está ganhando cada vez mais atenção como uma potencial ferramenta no tratamento do câncer. Com o aumento do número de estudos e a descoberta de seus efeitos terapêuticos, muitos pacientes e profissionais de saúde têm se mostrado otimistas quanto aos benefícios da cannabis no controle de sintomas relacionados ao câncer e no apoio a tratamentos convencionais. Neste guia, vamos explorar as evidências científicas que sustentam o uso da cannabis medicinal na oncologia, analisando os dados de estudos, mecanismos de ação e a eficácia no tratamento de diferentes tipos de câncer.

Visão Geral e Estudos de Dados Científicos

O uso de cannabis medicinal no tratamento do câncer tem sido amplamente estudado. A pesquisa sobre os efeitos terapêuticos dos canabinóides no câncer é vasta e abrange várias formas de câncer e diferentes tipos de canabinóides.

Total de Estudos e Resultados

  • Total de Estudos: 350 (inclui muitos tipos diferentes de câncer)
    • Estudos Positivos: 301
    • Estudos Inconclusivos: 38
    • Estudos Negativos: 11

Meta-análises

  • Total: 134 meta-análises
    • Positivas: 96
    • Inconclusivas: 27
    • Negativas: 11

Estudos em Animais

  • Total: 54 estudos
    • Positivos: 53
    • Inconclusivos: 1

Ensaios Clínicos em Humanos

  • Total: 2 ensaios duplo-cegos
    • Positivos: 2
  • Total de Ensaios em Humanos: 21
    • Positivos: 18
    • Inconclusivos: 3

Estudos de Laboratório

  • Total: 139 estudos de laboratório
    • Positivos: 132
    • Inconclusivos: 7

Estudos Focando em Canabinóides Específicos

  • CBD: 92 estudos (88 positivos, 4 inconclusivos)
  • CBDA: 8 estudos (todos positivos)
  • THC: 75 estudos (71 positivos, 3 inconclusivos, 1 negativo)
  • THCA: 5 estudos (todos positivos)
  • CBC: 3 estudos (todos positivos)
  • CBG: 8 estudos (todos positivos)
  • CBN: 3 estudos (todos positivos)
  • THCV: 3 estudos (todos positivos)

Fonte: Linha Canabica, maior comunidade de pacientes do Brasil.
Número de Pacientes na Linha Canábica (2021): 1.431

Eficácia Geral Possível

A eficácia geral do uso de cannabis no tratamento oncológico parece ser alta, embora dependa do tipo de câncer a ser tratado ou controlado. A cannabis medicinal, em particular o CBD e o THC, tem demonstrado resultados promissores para alívio de sintomas, controle de dor e até propriedades antitumorais.

Mecanismos de Ação da Cannabis no Tratamento do Câncer

A cannabis interage com o sistema endocanabinóide, que regula funções essenciais no corpo, como dor, apetite e humor. A interação dos canabinóides, especialmente o THC e o CBD, com os receptores CB1 e CB2, pode modular o crescimento do tumor e até induzir a morte celular (apoptose) em células cancerígenas. Essa ação depende, em grande parte, do tipo de câncer e da dose administrada.

Efeitos do CBD

CBD tem demonstrado efeitos antiproliferativos e pró-apoptóticos robustos em uma ampla variedade de tipos de câncer. Ele pode induzir a parada do ciclo celular, morte celular e autofagia (um processo de autolimpeza celular), além de inibir a migração e invasão das células cancerígenas. Esses efeitos variam conforme o tipo de tumor, mas o CBD também pode afetar o microambiente tumoral, por exemplo, modulando células mesenquimais e células imunes.

De acordo com um estudo de Emily S. Seltzer e colaboradores (2020), o CBD pode interromper a homeostase redox celular, induzindo estresse de espécies reativas de oxigênio (ROS) e estresse do retículo endoplasmático (ER), o que leva à morte celular e a uma redução no crescimento de tumores.

Referência: Seltzer, Emily S., et al. "Canabidiol (CBD) como uma droga anticancerígena promissora." Câncer vol. 12,11 3203. 30 Out. 2020, doi:10.3390/cancers12113203.

Efeitos do THC

THC, o principal composto psicoativo da cannabis, também tem mostrado eficácia no tratamento de certos tipos de câncer. Em modelos experimentais, o THC pode atuar como um agente antitumoral, reduzindo o crescimento de tumores e, em alguns casos, interferindo diretamente na formação de novos vasos sanguíneos no tumor, um processo chamado neovascularização.

A relação entre o THC e a redução da dor também é bem documentada, ajudando a melhorar a qualidade de vida dos pacientes em tratamento oncológico.

Estudos Clínicos sobre Cannabis e Câncer

Ensaios Clínicos sobre o Uso de Cannabis no Câncer

Embora a pesquisa sobre cannabis e câncer seja promissora, a maioria dos estudos ainda está em estágios iniciais, com muitos focando em animais ou em ensaios laboratoriais. No entanto, já existem alguns estudos clínicos em humanos que fornecem insights valiosos sobre os benefícios da cannabis medicinal.

De acordo com um estudo do National Cancer Institute, houve dez ensaios clínicos sobre o uso de cannabis inalada em pacientes com câncer. Esses estudos exploraram principalmente os efeitos da cannabis na náusea e vômito induzidos por quimioterapia. No entanto, os resultados foram variados:

  • Estudos positivos mostraram que a cannabis pode ser eficaz na redução das náuseas e vômitos.
  • Estudos inconclusivos não conseguiram determinar claramente a eficácia da cannabis nesses sintomas.

Embora esses estudos sejam promissores, ainda falta uma evidência robusta para recomendar a cannabis como uma solução definitiva para esses sintomas.

Referência: NIH National Cancer Institute, Cannabis and Cannabinoids https://www.cancer.gov/about-cancer/treatment/drugs/cannabis.

Considerações de Segurança e Efeitos Colaterais

Embora os canabinóides ofereçam muitos benefícios terapêuticos, também existem potenciais efeitos colaterais que devem ser considerados, especialmente quando combinados com tratamentos tradicionais. Efeitos comuns incluem boca seca, sonolência, e alterações no apetite. A interação com medicamentos também deve ser monitorada, principalmente no caso de medicamentos para controle de dor e anticoagulantes.

O Uso Seguro da Cannabis no Tratamento Oncológico

A administração de cannabis deve ser cuidadosamente monitorada por profissionais de saúde, especialmente porque a dosagem e a forma de consumo podem variar amplamente entre os pacientes. Para garantir que a cannabis seja eficaz e segura, é importante que ela seja usada como parte de um plano de tratamento integrado, acompanhado de perto por oncologistas e outros especialistas.

Perguntas Frequentes sobre Cannabis Medicinal e Oncologia

O que é bom para aliviar a dor do câncer?

A cannabis medicinal, especialmente o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), são conhecidos por aliviar a dor associada ao câncer, diminuindo tanto a dor crônica quanto a dor aguda causada pelos tratamentos convencionais como a quimioterapia.

Quantas doses de canabidiol para dor crônica?

A dosagem de canabidiol (CBD) pode variar dependendo da gravidade da dor crônica, da resposta individual ao tratamento e da forma de administração. É importante seguir as orientações médicas, mas geralmente as doses iniciais podem variar entre 10 a 20 mg de CBD por dia, podendo ser ajustadas conforme necessário.

Por que curar a cannabis?

Curar a cannabis significa secar e preparar as flores para o uso medicinal. Esse processo é essencial para garantir a qualidade dos compostos ativos (como THC e CBD) e reduzir contaminantes. Isso maximiza o potencial terapêutico da planta.

Quais os benefícios da cannabis para a saúde?

A cannabis medicinal tem muitos benefícios, incluindo o alívio da dor crônica, redução da inflamação, controle da ansiedade, melhoria do apetite e alívio de náuseas associadas ao tratamento de câncer e outras condições.

Qual o uso da cannabis na medicina?

A cannabis medicinal é usada para tratar uma variedade de condições de saúde, como dor crônica, distúrbios neurológicos, ansiedade, depressão, náuseas, e sintomas associados ao câncer e tratamentos como a quimioterapia.

Como tomar canabidiol para dor?

O canabidiol pode ser administrado de várias formas, incluindo óleos, cápsulas, tinturas ou até mesmo em forma de creme tópico. A dosagem deve ser ajustada conforme a necessidade e orientação médica.

Como a cannabis medicinal age no corpo?

A cannabis medicinal age no corpo principalmente por meio do sistema endocanabinoide, que regula funções vitais como o sono, apetite, humor, e a resposta à dor. Os compostos ativos como o THC e o CBD interagem com os receptores CB1 e CB2 no sistema nervoso e no sistema imunológico.

Para que serve o tratamento de cannabis?

O tratamento com cannabis pode ser utilizado para aliviar sintomas de várias condições médicas, incluindo câncer, esclerose múltipla, epilepsia, dor crônica e distúrbios de ansiedade. Ele pode ajudar a reduzir os efeitos colaterais de tratamentos como a quimioterapia.

Quem tem câncer pode tomar canabidiol?

Sim, pacientes com câncer podem usar o canabidiol para ajudar no controle da dor, náuseas e outros sintomas relacionados ao tratamento, como a quimioterapia. A dosagem deve ser indicada por um médico.

Como funciona a cannabis no organismo?

A cannabis interage com os receptores do sistema endocanabinoide do corpo, ajudando a regular funções essenciais como a resposta à dor, o humor, o apetite e a inflamação. O THC se liga principalmente aos receptores CB1, enquanto o CBD age de maneira diferente, podendo ter efeitos anti-inflamatórios e ansiolíticos.

Qual o efeito colateral do canabidiol?

Os efeitos colaterais do canabidiol geralmente são leves e incluem sonolência, diarreia, diminuição do apetite e boca seca. Em doses elevadas, pode causar sedação excessiva.

Como funciona o canabidiol?

O canabidiol (CBD) atua no corpo interagindo com o sistema endocanabinoide, ajudando a regular várias funções do corpo, como a dor, o apetite e a resposta imunológica. É conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, ansiolíticas e analgésicas.

Quais os riscos de usar canabinoides?

Embora a cannabis medicinal seja geralmente segura, o uso de canabinoides pode ter alguns riscos, como interações com outros medicamentos, aumento do apetite, e problemas com a memória e o raciocínio, principalmente com o THC.

Por que não usar canabidiol?

Algumas pessoas não devem usar canabidiol, como aquelas com histórico de doenças hepáticas graves ou que estão grávidas ou amamentando. O uso também pode ser contraindicado para quem tem uma hipersensibilidade ao CBD ou que faz uso de medicamentos que interagem com o canabidiol.

Quantas doses de canabidiol para dor crônica?

A dosagem de canabidiol para dor crônica depende da gravidade da dor e da resposta do paciente. Em geral, doses começam em torno de 10-20 mg/dia e podem ser ajustadas conforme necessário, sempre com a orientação de um médico.

Quais especialidades médicas podem prescrever canabidiol?

Profissionais de diversas especialidades, incluindo oncologistas, neurologistas, psiquiatras e reumatologistas, podem prescrever canabidiol para tratar condições como câncer, epilepsia, transtornos de ansiedade, dor crônica e outras doenças.

Quais profissionais de saúde podem prescrever produtos à base de cannabis no Brasil?


No Brasil, cirurgiões-dentistas são outros profissionais autorizados a prescrever produtos à base de cannabis, conforme regulamentação da Anvisa. Esses profissionais precisam estar registrados em seus conselhos de classe (Conselho Federal de Medicina ou Conselho Federal de Odontologia) e só podem prescrever cannabis medicinal para pacientes com condições clínicas como epilepsia, dor crônica, e transtornos de ansiedade.

Atualização: 04/10/2024: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso de produtos à base de cannabis na medicina veterinária. Apenas veterinários habilitados poderão prescrever esses medicamentos, desde que os produtos tenham registro na Anvisa ou sejam regularizados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A prescrição será restrita a receitas especiais retidas nas farmácias, enquanto a manipulação de produtos de cannabis permanece proibida.

Além disso, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) também está em disputa com a Anvisa, visando permitir que biomédicos prescrevam produtos à base de cannabis. O CFBM argumenta que esses profissionais têm o conhecimento técnico necessário para acompanhar tratamentos com canabinoides.

As prescrições variam de acordo com a concentração de THC no produto. Produtos com até 0,2% de THC podem ser prescritos para qualquer paciente, enquanto produtos com mais de 0,2% de THC são reservados para pacientes terminais ou sem alternativas terapêuticas disponíveis. Para produtos importados, é necessário obter autorização da Anvisa.

Quem tem AVC pode tomar canabidiol?

Sim, o canabidiol tem mostrado potencial terapêutico em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC), especialmente para reduzir a inflamação e proteger as células nervosas. Porém, a prescrição deve ser feita por um profissional qualificado.

Quem proibiu o uso de canabidiol no Brasil?

O uso de canabidiol foi regulamentado no Brasil pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em 2015, a ANVISA aprovou a importação de produtos à base de CBD para uso medicinal. O uso foi ampliado posteriormente, mas ainda existem restrições quanto à produção e distribuição local.

Quem tem artrose pode tomar canabidiol?

Sim, o canabidiol pode ser utilizado para aliviar a dor e a inflamação associadas à artrose. No entanto, a dosagem e forma de administração devem ser ajustadas conforme a necessidade e a recomendação de um profissional de saúde ou especialista.

Como usar CBD para dor?

O CBD pode ser usado para dor de diferentes maneiras: em óleos, cápsulas, cremes tópicos ou até em forma de vaporizador. A dosagem deve ser ajustada individualmente para atender às necessidades específicas do paciente.

Quem tem problema no rim pode tomar canabidiol?

Pacientes com problemas renais devem consultar um médico antes de usar canabidiol, pois o CBD pode afetar a função renal em doses elevadas. A recomendação médica é essencial para ajustar a dosagem.

Quem precisa de canabidiol?

O canabidiol pode ser útil para pessoas que sofrem de condições como dor crônica, ansiedade, epilepsia, câncer, artrite, entre outras. Seu uso deve ser sempre acompanhado por um profissional da saúde.

Quais são os malefícios do canabidiol?

Embora seja considerado seguro, o uso inadequado de canabidiol pode causar efeitos como sonolência excessiva, alterações no apetite e diarreia. Além disso, pode interagir com outros medicamentos.

O que é a cura da cannabis?

Curar a cannabis é o processo de secar e preservar as flores da planta de maneira a maximizar os compostos terapêuticos, como THC e CBD. Isso é feito para garantir que a planta tenha a qualidade necessária para o uso medicinal.

O que custa o efeito do canabidiol?

O efeito do canabidiol pode variar dependendo da dose e do tipo de tratamento. Os custos para tratamento com CBD podem ser elevados, especialmente no Brasil, onde a cannabis medicinal ainda não é amplamente acessível via SUS.

Conclusão

O uso de cannabis medicinal no tratamento do câncer oferece um potencial significativo para o alívio de sintomas, melhoria na qualidade de vida e até mesmo efeitos terapêuticos diretos sobre o câncer em si. Com a quantidade crescente de dados clínicos e científicos, a cannabis tem se mostrado uma ferramenta importante no tratamento oncológico, tanto para controlar a dor e os efeitos colaterais da quimioterapia quanto para promover efeitos anticancerígenos diretos.

A eficácia dos tratamentos depende de fatores como o tipo de câncer, o canabinóide utilizado e a dose administrada, e mais estudos clínicos são necessários para confirmar todos os benefícios possíveis. Contudo, os dados disponíveis até o momento sugerem que a cannabis pode ser uma adição valiosa aos regimes de tratamento de câncer, proporcionando alívio e apoio terapêutico para muitos pacientes.