Já parou para pensar sobre como nossa pele absorve os produtos que passamos nela? A absorção tópica é uma das coisas mais fascinantes do corpo humano. Justamente por isso precisamos entender esse processo para refletir sobre o que passamos em nosso corpo.
Cremes, sprays, géis e loções são os veículos mais usados para a aplicação de produtos diretamente na derme e seus anexos (como as unhas e os cabelos). O uso pode ter motivação puramente cosmética (limpeza, hidratação e cuidado da epiderme) ou até mesmo para tratar problemas na pele, cabelos e unhas.
Por ser uma via de ação rápida, a absorção tópica também é indicada para o alívio de dores musculares localizadas, por exemplo.
Mas como a absorção tópica funciona? Entenda a seguir!
Absorção tópica: como nossa pele absorve os produtos
A pele é o maior órgão do corpo humano e tem uma função essencial de proteção. É um órgão muito exposto e está em contato direto com o ambiente, por isso deve ser constantemente cuidado, protegido e hidratado.
Existem diferentes níveis de permeação cutânea (absorção dos produtos pela pele), sendo eles:
- Penetração: acontece quando as substâncias passadas na pele atingem a camada córnea/Epiderme. É o caso da maioria dos cosméticos;
- Permeação: é o processo onde as substâncias atingem a derme, camada seguinte à córnea, mas não atingem vasos sanguíneos. Alguns cosméticos mais sofisticados fazem isso;
- Absorção: fase mais profunda de permeação cutânea, onde as substâncias atingem a corrente sanguínea e são transportadas para outras áreas do corpo. Os medicamentos de uso tópico são desenvolvidos para atingir esse nível.
A absorção tópica de substâncias como os cosméticos nem sempre é possível por causa de barreiras naturais do órgão – como o estrato córneo (camada mais superficial da pele, composta por queratina).
É por isso que a maioria dos cosméticos tem como objetivo promover hidratação, limpeza e proteção dessa camada superficial. Para que um cosmético atue de maneira mais profunda, ele precisa ser desenvolvido de modo que as substâncias consigam ultrapassar a barreira da epiderme.
Entender esse conceito ajuda a compreender porque determinados cosméticos podem ser mais caros que outros, por exemplo. Para atingir camadas mais profundas da pele, é necessário um cuidado maior no desenvolvimento do produto.
A barreira de proteção da pele
A camada mais superficial da pele é constituída por células que sofreram um processo de queratinização e tornaram-se achatadas e anucleadas, sendo chamadas de corneócitos. Essas células possuem entre 70% e 80% de queratina e serão posteriormente eliminadas na descamação da pele, promovendo a constante renovação do ciclo.
A camada córnea da pele tem como função principal a proteção de nosso corpo. Ela é a principal barreira à penetração cutânea de substâncias químicas e microorganismos, além de ter papel essencial na regulação da temperatura do corpo e na liberação de água do organismo para o ambiente.
De modo simples, pense na epiderme como uma parede de tijolos. Os corneócitos são os tijolos e os corneodesmossomas (complexos de proteína nos envelopes dos corneócitos) são o cimento que mantém a parede unida.
É na epiderme ainda que estão os melanócitos, células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à nossa pele.
Imagina se todos os produtos que passássemos na pele promovessem a absorção tópica? A quantidade de substâncias que estaríamos colocando na corrente sanguínea poderia trazer consequências não desejadas à saúde.
É por isso que devemos ter muita atenção com o que colocamos na pele. Até mesmo os cosméticos mais complexos, que prometem uma absorção tópica mais eficaz, precisam ser encarados com cautela.
Lembre-se que estamos falando da possibilidade de transporte de substâncias via corrente sanguínea. Por isso, se atente em relação aos produtos que está colocando em sua pele.
O dermatologista é o profissional ideal para se consultar sempre que surgirem dúvidas sobre o assunto. Ele também está apto a solicitar exames, por exemplo, para entender melhor como está o funcionamento do seu organismo e quais produtos seriam indicados para o seu caso.
Consultar um dermatologista regularmente não é apenas uma questão de vaidade. Dada a complexidade da pele e sua incrível capacidade de absorção, precisamos olhar com carinho para esse assunto e entender como cuidar do órgão da melhor maneira possível.
Para esclarecer mais dúvidas, consulte o portal da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
O crescimento do mercado de cosméticos veganos
Um dos motivos que ajudam a explicar o rápido crescimento do mercado de cosméticos veganos no Brasil e no mundo é justamente um maior cuidado das pessoas em relação ao que estão passando na pele.
Mesmo que a intenção seja cuidar das camadas mais superficiais do órgão, é essencial entender o que estamos usando, de onde vêm esses produtos e o que eles podem causar na pele.
Segundo o IBOPE, cerca de 14% da população brasileira se declara vegetariana, mais ou menos 30 milhões de pessoas! Partindo desse número, a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) estima que o país tenha cerca de 7 milhões de veganos.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Grand View Research, o mercado global de cosméticos veganos deve atingir US$ 20,8 bilhões de faturamento até 2025, com uma média de crescimento anual de 6,3%.
De celebridades a pessoas comuns, o senso cada vez maior é o de que é necessário entender tanto o que está sendo usado na pele quanto a maneira como aquele produto foi desenvolvido e como ele impactou o meio ambiente.
Marcas como a Hemp Vegan, selo brasileiro e 100% vegano, chegam para mostrar às pessoas que é possível sim cuidar da pele e ter ótimos resultados usando produtos veganos, naturais e feitos em harmonia com a natureza.
Chegamos a um momento crucial como sociedade onde olhar com atenção para questões ambientais e repensar nossa maneira de produzir as coisas se tornou mais do que apenas um detalhe, é uma questão de sobrevivência da nossa e das futuras gerações.
